Título Original:
"Gone Baby Gone" (2007) [USA]
Realização:
Ben Affleck
Actores:
Casey Affleck - Patrick Kenzie
Michelle Monaghan - Angie Gennaro
Morgan Freeman - Jack Doyle
Ed Harris - Remy Bressant
John Ashton - Nick Poole
Amy Ryan - Helene McCready
Amy Madigan - Bea McCready
Titus Welliver - Lionel McCready
Michael Kenneth Williams - Devin
Edi Gathegi - Cheese
Comentário
Depois de uma estreia assombrosa como argumentista em Good Will Hunting, Ben Affleck vem vindo a construir uma carreira como actor que o levou aos píncaros da pura incompetência com produtos tão excecráveis como Bounce, Deception, Daredevil, Surviving Christmas, etc.
Este regresso á escrita com o muito interessante "Gone Baby, Gone", parece vir trazer de volta Affleck ao seu verdadeiro espaço. E à partida, este novo trabalho do actor tinha de facto indícios de se vir a tornar mais um fiasco na sua carreira, nomeadamente ao nível do tema escolhido.
Esta temática das criancinhas desaparecidas tem sido um dos últimos filões em exploração exaustiva pr’ós lados Hollywwod, a colagem que durante muito tempo se fez ao famigerado desaparecimento da infeliz Maddie, também tenderia a afastar muitos espectadores mais cautelosos.
No entanto, Affleck, conseguiu dar a volta totalmente a estes indicadores, e isso foi conseguido graças a um argumento extremamente inteligente, recordando o entusiasmo juvenil do belo Good Will, que constrói uma história sólida e sórdida, recheada de twists que arrastam o espectador de forma ciciante, uma história que lança constantes desafios a uma interpretação que vai muito mais para além do superficial que entra na pele de quem a vê. Esta é uma história que funciona como uma introspecção sobre o que verdadeiramente é importante na essência humana, um duelo inglório entre o certo e o correcto, entre o ético e o adequado. É neste navegar para longe da abordagem típica e fácil destes “Casos da Vida” que Afleck consegue um triunfo surpreendente.
Para além do poder do argumento, Affleck consegue ainda uma direcção sólida, ritmada e muito promissora para um primeiro trabalho como realizador, a esse facto também se deve o casting feliz com uma Amy Ryan brilhante numa mãe “atípicamente” usual, num registo white trash perfeito, e um Casey Affleck a reforçar a crença cada vez mais unânime que estamos perante um dos actores mais versáteis e talentosos da sua geração.
Um filme empolgante e cheio de ritmo. A não perder.
[4/5]
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