segunda-feira, 31 de março de 2008

Portishead - The day after

 

Depois de 10 anos de espera, eles voltaram.

Apesar do calor da voz de Beth, do maravilhoso momento acústico que foi o wandering stars, da beleza tão característica das musicas de Portishead e de Dummy, eu queria mais. Eu queria que as novas músicas que nos custaram 7 anos de espera respirassem tão livremente como sempre, que nos entusiasmassem como sempre.

Valeu o momento e o arrepio de ouvir mais uma vez os maiores trovadores do nosso tempo.

 

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New York - Yellow Feeling

 

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[Ver] The Darjeeling Limited

 

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Título Original:
"The Darjeeling Limited" (2007) [USA]

Realização:

Wes Anderson

Actores:

Owen Wilson  - Francis 
Adrien Brody  - Peter 
Jason Schwartzman  - Jack 
Amara Karan  - Rita 
Wallace Wolodarsky  - Brendan 

Comentário

A estreia do novo filme do senhor Anderson, foi ansiosamente aguardada por muito boa gente, confesso que eu fui um dos que engrossou essas vastas fileiras, até porque o trabalho até aqui produzido por este senhor era algo que deixava agua na boca. Ainda mais se considerarmos a importância da manutenção da velhinha parceria com o seu amigo de longa data, Clive Owen.

No entanto, depois de terminar a visualização desta nova obra do senhor Rushmore, tenho de confessar que fiquei com a sensação de que apesar de estarmos perante um comédia muito bem conseguida, faltou o km extra para o destino certo, quase que sentimos que saímos uma estação antes.

De facto, o imaginário delirante de Anderson está lá todo, a cor tão esfusiante que caracteriza a sua obra está lá também, temos um Schwartzman genial, um Owen auto-caricaturando-se de uma forma delirante. A história como sempre é surreal e inusitada.

Mas no fim fica a sensação que Anderson não arriscou um milímetro que fosse no percurso, a formula testada foi reutilizada novamente, o desempenho dos actores não fugiu aos estereótipos Andersianos, e mesmo a história parece uma variação pouco elaborada da odisseia marítima de Zissou.

Finalizando, um Anderson usual e pouco surpreendente.

[3/5] Surrealista e Mordaz

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[Ver] Corações

 

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Título Original:
"Coeurs" (2006) [France]

Realização:

Alain Resnais

Actores:

Laura Morante  - Nicole 
Lambert Wilson  - Dan 
Pierre Arditi  - Lionel 
Isabelle Carré  - Gaelle 
André Dussollier  - Thierry 
Sabine Azéma  - Charlotte 

Comentário

Finalmente, parece que é desta que este Coeurs do mestre Resnais, vamos lá ver se não me engano por falar antes de tempo, vai ver o escurinho da sala de cinema (já lá vão dois anos de espera).

Mas assumindo que as promessas são importantes e devem ser cumpridas, senão valeu pelo menos para alguns sortudos a ante estreia, vamos ter a possibilidade de ver esta obra muito interessante numa das nossas salas de cinema.

Quanto á película em si, o "velho" lobo francês vem provar a adequabilidade da velha máxima que afirma que algumas pessoas são como o vinho do Porto, ou seja, o tempo refina as suas qualidades e o seu talento.

Este Coeurs é de facto um ensaio belíssimo sobre a solidão humana, sobre os sonhos que nos assombram, os desejos que nos assolam, os medos que escurecem as nossas decisões.

É acima de tudo um tratado que desnuda de uma forma bela e crua a natureza de quem somos, e a forma desassombrada e certeira como esse desvendar é feito só seria possível neste velho Resnais, maduro e vivido, e não no novo Resnais ingénuo e virulento que nos deu o belo “L'Année dernière à Marienbad”.

Uma beata com ataques de sensualidade inusitada, uma mulher perdida numa relação perdida, um homem marcada pela desonra familiar, um idoso acamado mas violentamente insultuoso, uma jovem solitária á procura do amor, um homem no fim da vida á procura de um novo início, um barman viciado num circulo vicioso de uma rotina insidiosa, enfim uma orquestra de sonhadores que têm algum em comum, o simples de facto de quererem ser felizes sem saberem como e que facilmente representariam a palete humana que nos dias de hoje vagueiam nas nossas cidades tão europeias.

Para quem gosta de bom cinema, plácido, inteligente e mordaz este é um daqueles filmes a não perder.

 

[4/5]  Inteligente e Divertido

4

segunda-feira, 24 de março de 2008

Portishead Count Down

Faltam 4 dias para o concerto do ano.

 

Copenhagen - European Style

 

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[Ver] Nunca é Tarde Demais

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Título Original:
"The Bucket List" (2008) [USA]

Realização:

Rob Reiner

Actores:

Jack Nicholson  - Edward Cole 
Morgan Freeman  - Carter Chambers 
Sean Hayes  - Thomas 
Beverly Todd  - Virginia Chambers 
Alfonso Freeman  - Roger 

Comentário

Um Nicholson a fazer de Nicholson, um Freeman a fazer de Freeman, um Reiner a fazer de Reiner...

Confesso que a meio destes constantes dejá-vu's a paciência já não era muita e a sensação de tempo perdido instalou-se.

Uma historiazinha batida até mais não, a moralidade americana acéfala do costume recheada de momentos de pura inverosimilhança, fazem deste filme uma das piores obras do ano.

Só um certo brio estóico me permitiu terminar a visualização de mais uma obra medíocre do outrora tão engraçado meat head, longe vão os tempos dos orgasmos públicos.

[1/5]  Pura perca de tempo ...

hitmedo

quarta-feira, 5 de março de 2008

[Ver] A Grande Festa

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Título Original:
"La Grande Bouffe" (1973) [France/Italy]

Realização:

Marco Ferreri

Actores:

Ugo Tognazzi - Ugo
Marcello Mastroianni - Marcello
Michel Piccoli - Michel
Philippe Noiret - Philippe
Andréa Ferréol - Andrea
Monique Chaumette - Madeleine
Florence Giorgetti - Anne r

Comentário

Pensem nisto, quatro distintos senhores burgueses retiram-se para uma pequena casa suburbana, o seu objectivo é deleitarem-se num festim de auto indulgência para todos os pecados da gula, quer estes sejam alimentares quer estes sejam simplesmente carnais.
Um juíz, um produtor de TV, um piloto e um reputado Chef de cozinha decidiram por variadas razões que a sua vida se tornou um enfado e uma perca de tempo. Nesse sentido a solução para escapar a uma existência inerte é partirem em grande estilo com uma festa de arromba para o outro lado.
A arma escolhida para consumar este suícido em grupo não foi uma pistola, uma corda ou mesmo uma caixa de comprimidos, concerteza que plebes meios não estariam em consonância com o status social que estes senhores crêem possuir, por isso a morte será alcançada através de um percurso de fim de semana de degustação extrema e contínua dos mais variados, bizarros e vulgares pratos.
No entanto após a sua chegada ao local, e cenário montado, rápidamente reconhecem que este adeus não pode ser limitado ao mero acto de comer é imperioso elevar o nível de deboche e naturalmente a orgia sexual surge como complemento á orgia gastronómica, para isso são chamadas prostitutas ás quais se junta inesperadamente uma jovem professora liceal. Surpreendemente é a jovem professora liceal que contrariando o seu aspecto angelical que rápidamente domina o festim demonstrando um apetite sexual e alimentar aos quais os suicidas rápidamente constatam não ter capacidade de acompanhar.
No segundo dia rápidamente se apercebem que escolheram uma forma nojenta de morrer e pouco consêntanea com o seu pretenso elevado status, a casa de banho explode cobrindo um dos membros de merda e vómito e envolvendo a casa com um cheiro nausebundo. Outro dos suicidas enfrenta uma crise de profunda flatulência facto que culmina com uma das formas mais asquerosas de morrer até hoje mostradas em cinema.
Enfim, este "La Grande Bouffe" de Marco Ferreri ainda hoje, passados mais de 30 anos, é discutido como um marco no chamado cinema artístico oriundo da "Art House", no entanto a forma como o realizador italiano estica ao máximo as fronteiras do chamado bom gosto, fez com que esta obra nunca concretizasse efectivamente todo o seu potencial artístico e alcançasse o reconhecimento merecido.
Onde esta obra se torna no entanto excelente é na exploração e no estudo do processo estoico de auto indulgência humana. No inicio os personagens satisfazem-se apenas no puro desejo de comer, beber e foder. No entanto, com o desenrolar da história este consumo torna-se cada vez mais prazenteiro quanto mais comida forem conseguindo enfiar nas suas atulhadas goelas sempre acompanhada com um sorriso irónico de crescente satisfação e de determinação.
Este La gRand Bouffe é uma lição contra o excesso de comida assim como Scarface o era para a cocaína. No inicio somos confrontados com o requinte e o cuidado com que as refeições vão sendo preparadas e digeridas, com o passar do tempo vamos vendo como todo esse processo se torna cada vez mais grotesco e nojento.
Um filme que é acima de tudo um misto de humor e depressão, de diversão e repugnância. No inicio a preparação da comida deixou-me com fome, no final a última coisa que me apetecia fazer era comer.
Temos de adorar um movimento artístico que se consegue safar com cenas em que um homem repousa no chão de uma opulenta sala de jantar sendo alimentado á colher até á morte, ao mesmo tempo que uma opulenta e voluptuosa senhora se masturba até atingir o climax....
Um belo ensaio cinematográfico sobre os excessos burgueses levado ao extremo e que garantidamente irá provocar voltas mesmo nos estomagos mais fortes.
Clips do Filme Clip 1|Clip 2|Clip 3

[5/5]  Perfeito

5